quarta-feira, fevereiro 13, 2019

SAÚDE: BRF anuncia recolhimento de 164,7 toneladas de frango da Perdigão por possível presença de salmonela


Alimento foi destinado a 13 estados e não está mais à venda, segundo empresa. Mais 299,6 toneladas que seriam exportadas também podem ter contaminação.

Por G1

BRF diz que lotes de frango recolhidos não estão mais à venda — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

A BRF vai recolher aproximadamente 164,7 toneladas de carne de frango in natura da marca Perdigão destinadas ao mercado doméstico devido ao risco de contaminação pela bactéria salmonela.


No total, 464 toneladas do alimento podem estar contaminadas. Isso porque também serão recolhidas outras 299,6 toneladas de carne de frango in natura destinadas ao mercado internacional como medida de precaução. O Brasil é o maior exportador de frango do mundo.

Vendas para 13 estados


Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (13), a empresa informou que os produtos saíram do frigorífico de Dourados (MS) em outubro e novembro últimos. Trata-se de cortes congelados de coxa, sobrecoxa, meio peito, filezinho (sassami), filé de peito e coração.
"Apenas uma parte dos lotes incluídos no recall apresentou resultado positivo para essa bactéria. Mas, como possuem as mesmas datas de fabricação de lotes com teste positivo, todos estão sendo retirados do mercado com base no princípio da precaução", afirma a BRF.
Os produtos foram comercializados nos estados do Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A empresa afirma que eles não estão mais à venda: "A BRF entrou em contato com todos os clientes (pontos de venda) que receberam os produtos com as datas de produção mencionadas. Realizamos o inventário dos estoques e asseguramos que as quantidades ainda não comercializadas sejam bloqueadas e recolhidas."
"Esta fase que se inicia com o recall visa buscar os produtos que porventura estejam com os consumidores finais e ainda não tenham sido consumidos", diz o comunicado.
Risco à saúde

A empresa alerta que, caso os alimentos contaminados sejam consumidos sem terem sido completamente fritos, cozidos, assados ou manuseados conforme descrito nas embalagens, eles podem causar dores abdominais, diarreia, febre e vômito.

Segundo a BRF, o consumidor que tiver produto dos lotes envolvidos no recall (veja abaixo) deve entrar em contato gratuitamente pelo telefone 0800-031-1315 ou pelo e-mail recolhimento.sac@brf.br.com, para esclarecimento de dúvidas, troca ou devolução.



BRF recolhe 164,7 toneladas de carne de frango in natura por risco de contaminação por salmonella — Foto: Reprodução


Investigação

A BRF, que também é dona da Sadia, diz ter destacado "um grupo de especialistas para investigar as origens deste único caso, para garantir a adoção das medidas apropriadas para evitar recorrência".

Ainda no comunicado, a produtora afirmou que a fábrica em Dourados segue funcionando "sob um processo rigoroso de manutenção e liberação dos produtos para assegurar que a ocorrência foi pontual e não se repetirá".

Segundo a BRF, o recall foi informado ao Ministério da Agricultura e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ainda de acordo com a empresa, o montante envolvido no recall nacional representa uma quantia inferior a 0,1% de toda a produção mensal de frango da BRF no país.

Operação Trapaça


No ano passado, a BRF foi alvo da Operação Trapaça, um desdobramento da Carne Fraca, por suspeita de fraudar laudos relacionados à presença de salmonela em alimentos para exportação a 12 países. Neles, a porcentagem de salmonella spp tolerada é menor do que no Brasil.
Em março último, o ex-presidente global da empresa, Pedro de Andrade Faria, chegou a ser preso pela Polícia Federal junto com outras 9 pessoas ligadas à companhia.

A Operação Trapaça teve como alvos 4 unidades da BRF em Goiás, Paraná e Santa Catarina.

Logo depois, a União Europeia barrou 20 frigoríficos do Brasil, sendo 12 da BRF, entre eles um dos citados na investigação da PF.

Ainda no início de 2018, a empresa reportou prejuízo de R$ 1,1 bilhãoem consequência da primeira fase da Operação Carne Fraca, em 2017, o que impactou nas ações.

A Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras) e outros acionistas, como a Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil, pediram a destituição de todos os membros do conselho da empresa, que desde 2013 era presidido pelo empresário Abilio Diniz.

O então presidente-executivo da BRF, José Aurélio Drummond Jr., renunciou ao cargo. Indicado por Diniz, o ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, assumiu a presidência do conselho em abril.

Em outubro, Diniz foi indiciado por estelionato e organização criminosa junto com Pedro Faria e mais 42 investigados na Operação Trapaça. Eles negam terem cometido irregularidades.

Salmonela: entenda o que é e como evitar



Bactérias do tipo 'Salmonella' que contaminam alimentos são a principal causa de intoxicações alimentares. Risco é maior em preparos que utilizam ovos ou carnes mal cozidos.

Por G1
Conhecida por ser a maior responsável por quadros de intoxicação alimentar, a salmonela (Salmonella enterica e Salmonella bongori) é um tipo de bactéria transmitida pela ingestão de alimentos crus ou mal cozidos contaminados por fezes. Ela causa uma infecção bacteriana chamada salmonelose.

Os principais sintomas da doença são dor abdominal, vômitos e diarreia e costumam surgir de 12 a 36 horas depois da ingestão de comidas contaminadas.

Presente nas fezes de indivíduos doentes e também de animais contaminados, a bactéria se espalha rapidamente quando as condições de higiene são precárias. O microrganismo geralmente contamina alimentos crus, como carnes, especialmente de aves, leite não pasteurizado e ovos.

Para evitar a doença, médicos infectologistas recomendam cuidado extra com preparos que levam ovos crus, como maionese, e também com a carne de frango, que deve ser consumida sempre bem passada. Embora a bactéria seja geralmente associada a alimentos de origem animal ela também pode ocorrer em verduras e legumes que tiveram contato com água contaminada.

Sintomas e tratamento

Os sintomas da salmonelose variam em intensidade de acordo com a quantidade de alimento contaminado ingerido e também com o nível de degradação do produto consumido. Os mais comuns são vômito, diarreia, dor abdominal e febre.

Na maioria dos casos a doença persiste no corpo humano por um período limitado e determinado. Assim, o tratamento pode ser feito em casa e é focado em aliviar os sintomas e manter o paciente bem hidratado. Recomenda-se que o doente permaneça em repouso e beba bastante água ou soro caseiro para evitar desidratação.

Se os sintomas persistirem por mais de três dias, o Ministério da Saúde recomenda que seja procurada uma unidade de saúde. O uso de antibióticos é recomendado pelo ministério apenas quando as bactérias contaminam outros órgãos além do intestino e se espalham pela corrente sanguínea. Nesses casos mais graves podem surgir sintomas como dor de cabeça e calafrios além de dor nas articulações, dificuldade em urinar, inflamação nos olhos e artrite.

O tratamento com antibióticos não é recomendado para casos leves ou moderados em pessoas saudáveis. Isso porque esses medicamentos podem não eliminar completamente as bactérias que causam a salmonelose. Nesses casos há o risco de o antibiótico criar cepas resistentes, tornando o tratamento ineficaz.

Bebês, crianças e idosos, que são mais suscetíveis à desidratação, correm maior risco com a doença. Pessoas que possuem imunidade debilitada e portadoras de anemia falciforme também fazem parte do grupo que pode desenvolver complicações.

Quando vários casos de infecção por salmonela transmitida por alimentos contaminados são constatados em um mesmo estabelecimento, a Vigilância Sanitária local deve ser contatada.

Como evitar

Como a salmonela é eliminada dos alimentos quando os produtos são cozidos, fritos ou assados completamente, a maioria dos cuidados para impedir a intoxicação pela bactéria envolvem atenção especial aos alimentos crus. Veja as principais recomendações do Ministério da Saúde para evitar a salmonelose:

·      Lave as mãos antes, durante e depois de manipular ou consumir alimentos.
·      Higienize vegetais deixando-os mergulhados em um litro de água com hipoclorito de sódio ou uma colher de chá de água sanitária.
·      Ovos e carnes - especialmente as de aves, mais sujeitas à contaminação - devem ser bem cozidos ou assados.
·      Prefira consumir leite pasteurizado ou fervido ao invés de leite cru.
·      Descongele carnes aos poucos, na geladeira, antes do preparo.
·      Lave bem utensílios de cozinha usados na preparação de carnes cruas e não deixe que eles entrem em contato com alimentos já prontos.
·      Mantenha ovos sempre sob refrigeração.



Postar um comentário

Blog do Paixão

Whatsapp Button works on Mobile Device only

Start typing and press Enter to search